Uma célebre — e afiada — frase de Peter Drucker, um dos principais nomes da administração, diz o seguinte: “a cultura come a estratégia no café da manhã”.
Essa referência é importante aqui porque queremos argumentar que a cultura de uma organização é tão poderosa que vai até mesmo além da mais brilhante estratégia. E no mundo contemporâneo, poucos elementos culturais são tão impactantes e capazes de gerar resultados nas empresas quanto o foco no talento das pessoas.
Para você entender o que isso significa e como incorporar esses elementos na sua organização, preparamos este artigo completo sobre cultura baseada em pontos fortes.
O que é a cultura organizacional?
Vamos refletir com Edgar Schein, pioneiro em estudos da área. Ele define a cultura, em sua obra Cultura Organizacional e Liderança (2009, p. 69), como sendo o:
“[…] conjunto de pressupostos básicos que um grupo inventou, descobriu ou desenvolveu ao aprender a lidar com os problemas de adaptação externa e integração interna e que funcionaram bem o suficiente para serem considerados válidos e ensinados a novos membros como a forma correta de perceber, pensar e sentir, em relação a esses problemas.”
Simplificando: cultura é aquilo que deu certo um dia e que se transforma em verdade e parâmetro de ação para um grupo de maneira perene, até que outros critérios ocupem o espaço. Essas verdades se apresentam na forma de valores e crenças.
Entender que o “trabalho duro” significa algo bom em si é um valor; acreditar que a inovação contínua traz resultados positivos é uma crença. E tanto um quanto o outro servem como parâmetros para as tomadas de decisões em uma organização que os valoriza. No âmbito prático, tais aspectos se manifestam por meio de símbolos, artefatos e rituais.
Veja alguns exemplos:
- um animal escolhido como mascote da equipe de vendas pode ser um símbolo alinhado a valores e crenças estabelecidos;
- os móveis e a sala de cada executivo são artefatos que materializam tais valores e crenças;
- determinadas reuniões ou encontros se configuram como rituais.
São casos pontuais, mas que ilustram bem os tipos de alinhamentos que podem se estebelecer como traços culturais de uma empresa.
O que é a cultura baseada em pontos fortes?
Podemos afirmar que uma cultura baseada em pontos fortes está estabelecida quando as pessoas de uma organização:
- valorizam os talentos e pontos de destaque de cada um dos membros da organização (valores);
- acreditam que focar tais talentos e pontos fortes vai levar a uma performance superior (crenças).
Além disso, numa organização em que a cultura de pontos fortes está colocada, símbolos, artefatos e rituais, como os que exemplificamos, apontam os valores e as crenças.
O impacto da alta liderança no processo
Mudar qualquer elemento de uma cultura é desafiador. A cultura está entranhada no tecido da organização e apoiada sobre os sucessos passados. Por isso, se não houver um movimento robusto e coerente, a chance da mudança acontecer é pequena.
Se a alta liderança da organização não se comportar em linha com as crenças e os valores de uma cultura baseada em pontos fortes, os demais componentes do time não se sentirão estimulados. Portanto, a alta liderança precisa mobilizar a agenda, os investimentos e as estratégias em direção a uma nova forma de sentir, pensar e agir.
O papel do assessment na criação da cultura baseada em pontos fortes
Uma grande questão da dificuldade de focar os pontos fortes está na falta de conceitos e vocabulário para falar sobre aquilo que as pessoas têm de bom. A narrativa histórica de que desenvolvimento significa melhorar fraquezas construiu, ao longo do tempo, um enorme arcabouço de termos para falar sobre pontos fracos. Mas o contrário não aconteceu.
É por isso que criar uma base mínima de elementos é essencial. Assim, as pessoas conseguem se entender quando querem dialogar sobre pontos fortes. Foi para encaminhar esse desafio que a Gallup, um dos principais nomes em People Analytics mundialmente, criou o CliftonStrengths. Um assessment desenvolvido ao longo de décadas de dedicação ao estudo sobre o que há de melhor no ser humano.
E se uma empresa quer que a ideia de pontos fortes permeie suas estruturas, todos os colaboradores precisam entender conceitos básicos, como talentos e pontos fortes, e conseguir identificar quais são os seus. O caminho mais claro, prático e efetivo é aproveitar os benefícios da metodologia CliftonStrengths.
Quem são os embaixadores desse tipo de cultura?
A resposta é: os coachees. Contar com um grupo de especialistas na abordagem dos pontos fortes é um elemento que alavanca a evolução da organização rumo a essa cultura.
Afinal, conhecer os próprios talentos, valorizá-los e estar atento às oportunidades para fazer uso deles traz imediato impacto na vida e nas atividades profissionais de uma pessoa.
Muitos são os depoimentos que batizam essa experiência como “transformadora”. E poder contar com um interlocutor especializado, que ajude as pessoas a extraírem o maior valor possível dessa ideia, alavanca o bem-estar, aumenta o engajamento no trabalho e, como consequência, gera melhores resultados.
Os coaches são responsáveis por ajudar cada colaborador a entender, valorizar e usar seus talentos. Sendo que este último passo, o da aplicação, é especialmente importante. É a utilização que enriquece a performance, e esse desenvolvimento constante é capaz de gerar uma espiral virtuosa e crescente rumo ao fortalecimento da cultura baseada em pontos fortes.
Como evoluir rumo a cultura baseada em pontos fortes?
Muitas pessoas sabem que os processos de uma organização nascem dos parâmetros culturais, mas nem todos se dão conta de que a recíproca é verdadeira. Ou seja, o estabelecimento de pontos que funcionam e trazem resultado geram crenças que consolidam, por fim, os novos hábitos organizacionais.
Para estabelecer a cultura baseada em pontos fortes, os processos existentes precisam, no mínimo, não entrar em conflito com a abordagem dos pontos fortes e de preferência, estimulá-la.
A área que lidera o projeto precisa entender se os alinhamentos estabelecidos na organização convergem com a filosofia inovadora. Recrutamento, seleção, contratação, onboarding, capacitação, gestão, retenção, capacitação, avaliação e até desligamento precisam estar coerentemente amarrados.
Pesquisas recentes da Gallup mostram que 70% do engajamento de um colaborador pode ser explicado pelo seu superior imediato. Então, capacitar os líderes de todos os níveis para que entendam, valorizem e usem a abordagem que apresentamos aqui é essencial para o êxito da empreitada.
Você gostaria de entender como colocar sua empresa nos trilhos que rumam em direção a uma cultura baseada em pontos fortes? Entre em contato com a Ynner: teremos o maior prazer em explicar como essa jornada pode acontecer na sua organização!
